Atualmente
o sentimento de infância representa duas peculiaridades divergentes que
caracterizam o comportamento dos adultos perante as crianças: uma concebe a
criança como um ser inocente, delicada e graciosa, sendo representada pelos
excessos de paparicações dos adultos; e a outra, que contradiz a primeira,
concebe a criança como um ser incompleto e imperfeito, que necessita da
educação moral feita pelo adulto.
Para
nossa sociedade educar uma criança significa protegê-la das crueldades sociais
para preservar sua inocência, e fortalecê-la, desenvolvendo seu caráter e sua
razão para saber distinguir o certo do errado.
A
partir dessas noções de razão e inocência, conceitos básicos, que fundamentam a
concepção de criança como essência e natureza, a sociedade acredita na criança
universal, onde todas fazem parte de um único universo, o universo infantil,
sendo idênticas independentes de cultura ou classe social.
Esta
idéia de infância universal foi divulgada pelas classes dominantes, que
formaram esse conceito utilizando como base um modelo padrão de criança.
Contudo,
se formos analisar com mais cuidado, perceberemos que não existe uma população
infantil homogênea, e sim, diferentes populações infantis com processos
diferentes de socialização, que dependem intimamente de diversos fatores, como
por exemplo, a classe social que estas estão inseridas, o tempo de
escolarização, o processo de socialização com a comunidade que a cerca e sua
interação com a família, sem esquecer de suas atividades cotidianas que vão
desde tarefas assumidas até as brincadeiras do dia a dia.
Dessa
forma, não devemos entender a criança unicamente como natureza infantil e sim
como um indivíduo que tem grande contribuição para o contexto social.
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